Autismo e Empatia: Como Pessoas no Espectro Sentem e Expressam Emoções
Desmistificando a ideia de que pessoas autistas não têm empatia.
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As crises sensoriais são uma das experiências mais intensas e desafiadoras que muitas famílias vivem no dia a dia com uma criança autista. Quem já presenciou uma sabe: não é birra, não é “falta de educação”, é o corpo e o cérebro reagindo a estímulos que parecem insuportáveis naquele momento.
Se você é mãe, pai, cuidador ou convive com uma criança no espectro, este artigo é pra você. Vamos entender o que são essas crises, por que acontecem e como podemos lidar com elas com mais acolhimento, calma e empatia.
Crianças autistas costumam ter o que chamamos de disfunção do processamento sensorial. Isso significa que os sentidos (audição, visão, tato, olfato, paladar e até equilíbrio) captam os estímulos do ambiente de forma diferente.
👉 Um barulho que passa despercebido pra você pode ser insuportável pra uma criança com hipersensibilidade auditiva.
👉 Uma etiqueta na roupa pode parecer uma lixa na pele.
👉 Uma luz forte pode causar dor de cabeça ou desorientação.
Quando esses estímulos se acumulam e a criança não consegue mais se autorregular, ela pode entrar em crise sensorial: choro, gritos, se jogar no chão, bater, correr sem rumo ou até se isolar, entre outros.
Cada criança é única, mas alguns gatilhos comuns são:
Depois que a criança estiver mais calma:
📌Lembre-se que uma crise nunca acontece "do nada", tentar observar e entender os gatilhos que desencadearam essa crise, irá te ajudar a tentar evitá-las no futuro, oferecendo o suporte necessário para o seu filho(a).
👉🏻 Mantenha uma rotina previsível
👉🏻 Prepare a criança para mudanças (com histórias sociais, imagens, etc.)
👉🏻 Use recursos como abafadores de ruído, óculos escuros, roupas confortáveis, objeto de conforto
👉🏻 Observe os sinais de sobrecarga sensorial e intervenha antes da crise
👉🏻 Ofereça pausas sensoriais durante o dia: tempo em silêncio, brinquedos de textura, movimentos como balanço ou pula-pula, massagens, etc.
💬 A minha experiência com as crises do Noah
Com o meu filho Noah, aprendi que crises sensoriais não são “escândalo” ou birras, são pedidos de ajuda. No início, eu também me sentia perdida, sem saber o que fazer, era uma situação que parecia estar fora do meu controle e que me deixava assustada, preocupada, angustiada.
Mas com o tempo, com muita observação fui entendendo os sinais, os gatilhos e ajustando nossa rotina, nossos passeios e até mesmo a forma como eu falava com ele. Procurar aprender sobre crises, por que elas acontecem, como lidar, entre outras coisas, me ajudou a me preparar para oferecer o melhor suporte que eu posso oferecer para ele.
Hoje, sei que a melhor resposta para uma crise é o acolhimento. Nem sempre dá pra evitar, mas dá pra estar ao lado, ser apoio e segurança até que passe.
Cuidar de uma criança autista é também aprender uma nova forma de ver o mundo. E cada crise sensorial, por mais difícil que seja, pode se transformar em um momento de aprendizado.
Com carinho,
Michele Leite
Mãe do Noah e sua companheira de jornada 💙