Comunicação no Autismo: Estratégias Práticas e Nossa Jornada com o Noah
Descubra como estimular a comunicação de crianças autistas com técnicas simples e eficazes, usando exemplos reais da nossa experiência com o Noah.
Publicado em 18/08/2025 por Michele Leite
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Muita gente ainda acredita que pessoas autistas não sentem empatia. Essa é uma das maiores e mais injustas confusões sobre o autismo. Na verdade, elas sentem, e muitas vezes sentem até demais. Só que expressam de um jeito diferente do que a maioria espera.
Se você é mãe, pai, educador ou simplesmente deseja entender melhor o universo do autismo, este artigo vai te ajudar a desfazer mitos e enxergar com mais sensibilidade como a empatia se manifesta nas pessoas no espectro.
Empatia é a capacidade de se colocar no lugar do outro, de compreender como ele está se sentindo e em alguns casos, reagir de forma solidária. Só que poucas pessoas sabem, é que a empatia tem várias “camadas”:
Muitas pessoas autistas têm empatia emocional muito forte, mas podem ter dificuldade com a empatia cognitiva ou comportamental, e é aí que surgem os mal-entendidos e mitos.
🧠 Por que a empatia é diferente no autismo?
O cérebro autista percebe o mundo de uma forma diferente de um cérebro neurotípico. Sons, luzes, expressões faciais, gestos e palavras podem ser interpretados de uma maneira diferente. Por isso, reconhecer as emoções dos outros ou saber como reagir a elas, pode ser desafiador.
Mas isso não significa frieza ou indiferença. Muito pelo contrário, muitas crianças e adultos autistas são extremamente sensíveis ao sofrimento alheio, mas não sabem como demonstrar ou se expressar naquele momento.
Alguns exemplos reais:
Uma criança autista pode não abraçar um amigo que está triste, mas pode oferecer seu brinquedo favorito.
Um adolescente no espectro pode não saber consolar com palavras, mas pode ficar em silêncio ao lado de quem ama, e isso é uma forma de empatia.
A empatia também pode ser aprendida e estimulada, especialmente quando a criança ou adolescente autista é acolhido com paciência e respeito. Veja algumas formas de apoiar esse processo:
Precisamos mudar a pergunta de “essa pessoa sente empatia?” para “de que forma ela demonstra o que sente?”
O autismo não apaga os sentimentos. Ele só faz com que eles sejam vividos e expressos de um jeito único e que merece ser compreendido, e não julgado. Vamos usar essa oportunidade para aprender e evoluir juntos com os nossos filhos(as), pois eles com certeza tem muito a nos ensinar.
Pessoas autistas têm empatia sim. E quando a gente se abre para enxergar além dos padrões esperados, a gente descobre um universo emocional rico, verdadeiro e cheio de beleza.
💙 Sobre a nossa jornada com o nosso filho
Com o Noah, aprendi que o silêncio também pode ser cheio de cuidado. Que um olhar ou um gesto sutil como um carinho, podem dizer mais que mil palavras. Ele sente. E sente muito. E, aos poucos, está aprendendo a demonstrar isso do jeito dele, e nós, como família, estamos aprendendo a escutar com o coração.
Que a gente aprenda cada vez mais a acolher, entender e respeitar as diferentes formas de sentir e se conectar com o mundo.
Com carinho,
Michele Leite
Mãe do Noah e sua companheira de jornada 💙