O Poder do Brincar no Autismo: Conexão, Aprendizado e Amor
Como uma simples brincadeira pode transformar o vínculo e o desenvolvimento da criança autista.
Publicado em 18/08/2025 por Michele Leite
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Até os 5 anos, o Noah não falava praticamente nada, hoje em dia ele fala algumas palavras, mas ainda não forma frases. Mesmo assim, ele sempre se comunicou através sons, expressões, gestos e atitudes. Quero compartilhar a nossa caminhada e também estratégias práticas que funcionaram por aqui, para que você, mãe, pai ou cuidador, possa se inspirar e adaptar à realidade do seu filho(a).
O Noah nunca apontou e também nunca se interessou por brinquedos que exigem ficar muito tempo parado, ele está sempre buscando movimento, mas isso nunca o impediu de se comunicar. Desde bebê, vocalizava sons como “hum hum” para mostrar que queria algo. Sua expressão facial é tão rica que é fácil perceber como ele está se sentindo: feliz, irritado, cansado, etc.
Mesmo sem formar frases, entende praticamente tudo o que falamos. Essa compreensão é uma base poderosa, mesmo que a resposta através da fala ainda esteja em construção.
Cada criança no espectro é única, mas algumas dificuldades são comuns como por exemplo:
Isso acontece porque o cérebro autista processa as informações de forma diferente. Por isso, a forma de comunicação também precisa ser adaptada.
Com o Noah, os avanços vieram com apoio profissional, especialmente fonoaudiologia e terapia ocupacional e com estimulação constante em casa. Comunicação não “brota do nada”: é preciso criar oportunidades para que ela aconteça e os pais exercem um papel fundamental nesse processo .
Aqui vão algumas práticas que aplicamos no dia a dia e que funcionam aqui em casa:
Brincar é um dos melhores jeitos de estimular a comunicação. Cantar, imitar sons, fazer turnos num jogo… tudo isso ajuda a criar vínculo e oportunidades de interação.
É uma ótima oportunidade para estimular a Comunicação Alternativa como PECS ou aplicativos. Lembrando que a comunicação alternativa não atrasa a fala, ao contrário: reduz frustração e estimula a comunicação.
💡O que aprendemos com o Noah
O Noah nos ensinou que comunicar é muito mais do que falar. É olhar, gesticular, expressar. Mas também aprendemos que para a fala (ou formas mais avançadas de comunicação) chegarem, é preciso estimular com intenção e afeto.
Busque apoio profissional, estimule de forma respeitosa e comemore cada avanço, seja um som, um gesto ou um olhar. A fala pode demorar, mas a comunicação já está acontecendo.
Cada criança é única, mas todas se beneficiam quando somos ativos nesse processo, sem pressão, mas com constância e muito amor.
Com carinho,
Michele Leite
Mãe do Noah e sua companheira de jornada 💙