👉 Palavras que toda mãe e pai precisam ouvir ao receber o diagnóstico de autismo
Descubra mensagens de acolhimento que trazem força, esperança e conforto para famílias que estão iniciando a jornada no autismo.
Publicado em 21/10/2025 por Michele Leite
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O cérebro humano é uma estrutura fascinante e em constante transformação.
Desde o nascimento, ele cria bilhões de conexões entre os neurônios, essas conexões são chamadas de sinapses, que são como fios de comunicação responsáveis por tudo o que aprendemos e sentimos: desde engatinhar até interpretar emoções.
Mas, para funcionar de forma eficiente, o cérebro precisa “organizar essa bagunça” de conexões. É aí que entra a poda neuronal, um processo natural que ajuda a moldar o cérebro durante o desenvolvimento.
A poda neuronal é o processo pelo qual o cérebro elimina conexões sinápticas que são pouco utilizadas e fortalece as que são mais importantes e ativas.
Esse mecanismo é essencial para o aprendizado, o comportamento e o amadurecimento cognitivo e emocional.
Pense no cérebro como se fosse um jardim:
Durante os primeiros anos de vida, crescem muitos galhos e folhas (as conexões).
Depois, o cérebro faz uma poda cuidadosa, cortando os ramos que não estão sendo usados para que os outros cresçam com mais força.
A poda neuronal não acontece de uma vez só, ela tem duas fases principais de grande intensidade, chamadas de “picos de poda”:
1º pico: entre 1,5 e 3 anos de idade
É uma fase de aprendizado acelerado, quando a criança está começando a falar, andar, interagir e reconhecer o mundo.
Nesse período, o cérebro “testa” muitas conexões e depois elimina as que não são usadas com frequência.
É justamente por isso que muitos sinais do autismo se tornam mais perceptíveis por volta dos 2 anos, quando a poda começa a acontecer de forma mais intensa.
2º pico: entre 11 e 15 anos (início da adolescência)
Esse é um momento de reorganização profunda do cérebro.
A poda se concentra principalmente no córtex pré-frontal, região responsável por funções como planejamento, controle de impulsos, empatia, tomada de decisões e comportamento social.
É nessa fase que o adolescente começa a:
Essas mudanças não são apenas emocionais, são reflexos diretos da reestruturação cerebral causada pela poda neuronal.
Pesquisas mostram que, em muitas pessoas autistas, a poda neuronal pode acontecer de forma diferente.
Em alguns casos, o cérebro mantém conexões em excesso, o que pode gerar sobrecarga sensorial e dificuldade para filtrar estímulos.
Em outros, ocorrem falhas que “podam” conexões importantes, e isso pode causar regressões, quando a criança perde habilidades que já havia adquirido, como falar, brincar de determinada forma ou responder ao próprio nome, etc.
Essa diferença na poda neuronal não é um erro, mas sim uma forma diferente de desenvolvimento e organização cerebral.
Embora a poda não seja algo visível, ela se manifesta por meio de mudanças comportamentais e emocionais, tanto na infância quanto na adolescência.
Durante a infância:
Durante a adolescência:
Essas mudanças fazem parte de um processo natural de reorganização cerebral, que tende a se estabilizar ao longo da adolescência.
A poda neuronal é um processo biológico e inevitável, mas o ambiente tem um papel importante para ajudar o cérebro a se organizar de forma mais saudável e equilibrada.
Algumas formas de como os pais podem apoiar os seus filhos:
Compreender o funcionamento do cérebro autista é um ato de amor, quanto mais aprendemos, mais empáticos nos tornamos e sobra menos espaço para o julgamento.
Conhecimento é acolhimento.
Com carinho,
Michele Leite
Mãe do Noah e sua companheira de jornada 💙